Na margem do Universo...
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Partir ou Ficar
Há um demónio
que me corre nas veias
tal como a minha essência
O outro demónio
não corre em mim
mas sim no tempo
Um quer o meu despertar contínuo
o outro quer distancia de si mesmo
segunda-feira, 28 de maio de 2012
Viagem
A pouco e pouco
o teu olhar de criança astuta
desvenda meu deserto
desnuda meu ser
não perante a fatídica humanidade
Não! a ti não
Ao teu íntimo
Templo de mil homens que o prezam
Utopia inconformada com o mundo
Adormece,
inocente criança
Que a utopia esquece o mundo
enquanto te abarca
no seu peito de sonhos
E a sua voz sussurrando
odes à eternidade...
terça-feira, 22 de maio de 2012
A Queda
Longe de mim
Sinto-me atado
a ti, chão submerso
que sonhas com pedaços de mim
dispersos por toda a sombra
que te decora
Também já fui assim
encontrado aqui
perdido em mim
como se estivesse a ascender
e a queda revelasse por mim
quinta-feira, 30 de junho de 2011
Sangue (A Arte de Iludir)
Antro, no teu sangue
cheio de ódio
e de um certo medo.
Lá habito, com as minhas personagens
Deixo a loucura subornar-me
e afogo-me nesse vermelho inquieto
onde já há náufragos esquecidos
(talvez lembrados)
Tantas vidas que ainda te flutuam.
Irás tu te lembrar de alguma,
quando o futuro vencer a ilusão?
Ilusão, o teu passado
com legado e falsidade
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Poema aos Vagabundos Surrealistas
Deito-me assim
no maior devorador do tempo
no próprio medo,
numa possível tempestade psicadélica
Deixo-me ficar ausente,
enquanto a inércia se instala sobre mim
aguardo a esperada chuva do meu tecto,
Naufragado, torno-me em mais um
daqueles vagabundos fictícios
que apenas querem reviver o seu surrealismo
terça-feira, 17 de maio de 2011
Ninguém teme o frio pela última vez
Frio,
Canção de embalar tenebrosa
sei que já te apoderaste de mim
mais do que uma vez
mas agora
não irás renascer
como nas outras tantas
Agora que já não tenho asas
para fugir
resta-me a vida
os seus criminosos,
insignificantes polícias
e testemunhas
É com toda a ternura
que me fecho em ti
para que não possas renascer novamente...
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Anónimos perpétuos que odeiam princesas efémeras
Anónimos perpétuos
sem medo do fim
Mas do fim, fazem medo
Princesas efémeras
com pouco para contar
E do conto, perdem o brilho
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